RESUMO DO LIVRO “DARWIN VAI ÀS COMPRAS: SEXO, EVOLUÇÃO E CONSUMO”
GEOFFREY MILLER
A obra aborda, através de indicações dos aspectos evolutivos da espécie humana, o
comportamento consumista do homem. É a percepção da cultura humana através de uma
perspectiva mais biológica. O autor inclusive aponta a necessidade de algumas modificações
no cenário atual deste comportamento a partir da combinação de características pré-históricas
e modernas. A Psicologia Evolucionista é claramente colocada em pauta para subsidiar a
análise do Homo sapiens como consumidor.
O início da apresentação se dá através da explicação do chamado “O Modelo Sensato”,
que tem a intenção de ilustrar o consumismo da modernidade e o trata como um conjunto de
diversos aspectos incluindo: intenção de exibir-se por possuir características desejáveis,
empregos, bens e serviços, instituições sociais e ideológicas, circunstâncias históricas, etc.
Tudo isto explicaria o Capitalismo Consumista aparente no início do século.
Encontramos também uma noção básica de que os produtos que adquirimos e os
serviços que contratamos estão inconscientemente ligados ao nosso potencial biológico de
agir como parceiros e amigos. Dessa forma, o autor analisa vários fatores que influenciam a
nossa possibilidade de escolha: carros, batons, videogames, livros, música, etc. Os produtos
que compramos dizem muito a nosso respeito e estão programados para mostrar aos outros
muito sobre nosso comportamento (ou como gostaríamos de ser vistos por outros olhos).
No que se trata de consumo, o autor aponta que o que conecta a evolução humana ao
comportamento consumidor é a “Teoria da Sinalização Custosa”. Esta Teoria foi desenvolvida
na Biologia Evolutiva para explicar o motivo pelo qual a seleção natural selecionou
características inúteis no que tange necessidades de sobrevivência e reprodução animal.
Inerente ao tema consumo é válido recorrer aos princípios que norteiam a cadeia do
consumismo: o marketing e a propaganda. A obra aponta que o marketing vê as preferências
de consumo por meio de preferências pré-existentes ou da criação e divulgação de novidades
através da publicidade, da invenção de marcas e das relações públicas. Porém, o marketing
atual ainda tem sérias debilidades para analisar seus consumidores, pois não inclui os
princípios da Psicologia Evolucionista na análise do comportamento consumista do ser
humano. Tudo isto devido à grande dificuldade de interação e troca de informações entre as
áreas da Psicologia e Marketing.
São definidos dois principais públicos para a atuação da Propaganda: potenciais
compradores do produto e potenciais observadores do produto que atribuirão aos
proprietários do produto características desejáveis. É apontado que o ato consumista se dá por
dois objetivos: consumo por status ou por hedonismo, para ostentar as aquisições perante o
resto da sociedade; ou para agradar a nós mesmos, os consumidores. O Consumo Conspícuo
(aquisição de materiais caros e de luxo) é uma maneira de ostentação e indicador de recursos.
O autor também aborda o narcisismo, característica do indivíduo que tem paixão por si
mesmo, sendo que este narcisismo puro provoca também o chamado Narcisismo Consumista,
este é baseado na expressão de instintos humanos de exibição que interagem com a economia
moderna.
No mundo contemporâneo, é fato que a busca por status ocorre através da ostentação
de bens e serviços de consumo. O que o livro indica é que o status de uma pessoa, na
realidade, mora na mente de quem a observa tornando essa procura por status uma tentativa
de mostrar aos outros as características que não possuímos, mas que nos instigam
superioridade em relação aos demais. Através da apresentação da Teoria da Sinalização
Custosa, o autor aborda que uma série de comportamentos humanos, que vão desde a religião
e cooperação entre grupos até o comportamento consumista, têm se mostrado uma maneira
eficiente na previsão de diversos experimentos sobre comportamento consumista.
A sociedade atual tem diversos aspectos a serem considerados no que diz respeitos as
suas atitudes. Há visivelmente uma influência evolutiva e uma consumista no comportamento
observado na atualidade. Ultimamente, o ato de comprar tem sido um fator determinante da
nossa personalidade e de como nós somos influenciados pelas campanhas de marketing. Os
produtos se tornaram uma fonte de atração, podendo ser os responsáveis pela conquista de
amigos e parceiros sexuais, mesmo que as características que eles tentam ostentar não sejam
verdadeiras. O mundo consumidor se tornou um mundo de possibilidades, onde qualquer
pessoa pode aparentar o que quiser sem necessariamente ser. Diante disso, o autor estabelece
parâmetros para o consumo que, segundo ele, podem transformar a vida em sociedade,
atrasando a degradação do meio ambiente e fazendo com que a espécie humana evolua um
pouco mais.
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