sábado, 12 de dezembro de 2015

RESUMO "O PAGADOR DE PROMESSAS"

LIVRO: O Pagador de Promessas
AUTOR: Dias Gomes
ANO: 1987
PERSONAGENS PRINCIPAIS: Zé-do-Burro, Rosa(esposa), Bonitão, Marli, Padre, Sacristão, Dedé Cospe-Rima, Minha Tia,...


             Zé-do-Burro faz uma promessa para Santa Bárbara/Iansã para que seu burro Nicolau se cure de uma doença. Ao ficar curado Zé vai cumprir a promessa e anda sessenta léguas até a Igreja de Santa Bárbara com uma cruz nas costas.Chegando lá é barrado pelo Padre que o acusa de não seguir os princípios do catolicismo por ter ido ao terreiro de Candomblé fazer a promessa. Zé-do-Burro morre sem ter levado a cruz até o altar da igreja.

CONTOS GAUCHESCOS - O MENININHO DO PRESÉPIO

Conto 19: O “Menininho” do Presépio
PERSONAGENS PRINCIPAIS: Major Vieira, Miguelão, nhã Velinda, Cadete Vieira(filho do Maj.).


O Major Vieira, no natal sempre preparava um presépio em sua casa e recebia a vizinhança na noite de natal para rezar um terço. Seu filho, Cadete Vieira, gostava muito da nhã Velinda que era filha de um sujeito que não era trigo limpo: Miguelão. Seu pai fez com que ela se casasse com um de seus amigos, um velho, e a moça que era muito bonita chorava pelos cantos. No dia da noite de natal, o cadete e a moça se encontraram e se beijaram, sem a menos trocar uma palavra, e Miguelão viu isso e foi contar para o seu genro. Todos estavam na sala em frente ao presépio, o cadete ajoelhado fitando a moça que fitava o presépio. O marido da moça veio em sua direção,com o facão na mão, quando estava a quatro dedos de distância de acertá-la, o menininho Jesus caiu no meio de seus seios, salvando-a. Os homens foram em bora. Depois, descobriu-se que mataram o antigo noivo de nhã Velinda. Ela se casou com o cadete.

CONTOS GAUCHESCOS - BATENDO ORELHA

Conto 18: Batendo Orelha!
PERSONAGENS PRINCIPAIS:  Homem e Cavalo.

Blau compara a vida de um homem com a de um cavalo desde o nascimento. Quando o homem vai servir para o exército, ele e o cavalo se encontram, vivem muitas coisas juntos até que quando o cavalo não presta mais o homem o leiloa. O cavalo é comprado por um carroceiro e o homem, depois de parar de trabalhar virou carregador e começou a traguear.

O engraçado é que há gente que se julga muito superior aos reiúnos; e sabe lá quanto reiúno inveja a sorte da gente...

CONTOS GAUCHESCOS - ARTIGOS DE FÉ DO GAÚCHO

Conto 17: Artigos de Fé do Gaúcho
PERSONAGENS PRINCIPAIS: Blau e o cavalo.

Muita gente anda no mundo sem saber pra quê: vivem porque veem os outros viverem.
Alguns aprendem à sua custa, quase sempre já tarde pra um proveito melhor.
Pra não suceder a vancê ...  Vancê note na sua livreta:
5º A maior pressa é a que se faz devagar.
11º Mulher, arma e cavalo do andar, nada de emprestar.
17º Não te apotres, que domadores não faltam...
20º Quando ‘stiveres pra embrabecer, conta três vezes os botões da tua roupa...

21º Quando falares com homem, olha-lhe nos olhos, quando falares com mulher, olha-lhe para a boca... e saberás como te haver...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

CONTOS GAUCHESCOS - JUCA GUERRA

Conto 16: Juca Guerra
PERSONAGENS PRINCIPAIS: Juca Guerra e Tandão Lopes

O conto começa com Blau relatando um fato de um sujeito que se atirou no mar para salvar outro que estava se afogando, então ele conta que tinha um conhecido chamado Juca Guerra que merecia muito reconhecimento por tudo o que já tinha feito. Era um homem muito forte e de coração grande. Certa vez houve um rodeio na estância do Pavão, uma tourada estava passando e um tal de Tandão Lopes resolveu laçar um animal que acabou caindo em cima dele,quando Tandão estava quase morto, Juca apareceu com seu cavalo e foi direto para cima do touro. Juca conseguiu salvar o homem mas seu cavalo ficou mal...um gaúcho de alma não abandona assim o seu cavalo: antes mata-o como amigo que não emporcalha o seu amigo!
Qual o mais valente? o tal fulano, da beira da praia, ou este da beira...da morte certa?


CONTOS GAUCHESCOS - PENAR DE VELHOS

Conto 15: Penar de Velhos
PERSONAGENS PRINCIPAIS: Binga Cruz e seus pais.


Binga Cruz era um menino de doze anos que morava na fazenda com seus pais, era filho único. Certo dia, seu pai ganhou um cavalo muito bonito e novinho. Binga estava caminhando pelas restingas e encontrou várias avestruzes,  ele queria pegar uma e teve a ideia de ir pegar o cavalo novo de seu pai para poder caçar o animal. Já de cavalo, ele tentou e tentou mas não conseguiu caçar, correu muito com seu cavalo e nada. Voltou para casa, e sem que ninguém o visse, colocou o cavalo em seu lugar e foi pedir para sua mãe um refresco. No outro dia, o cavalo amanheceu morto e o velho pai de Binga ficou buzina! Quando o velho soube que Binga tinha saído com o cavalo no dia anterior correu o boato de que bateria nele com rabo-de-tatu. O guri pegou um cavalo que estava encilhado e saiu campo afora, sem rumo. Procuraram pelo menino em todos os cantos e nada. Passou o tempo e nunca mais tiveram notícias dele. Seus pais viviam uma tristeza eterna e as pessoas da vizinhança até sentiam-se constrangidas em falar do assunto. A velhinha se foi antes do velho, este no tempo que antecedeu sua partida assinou uns papeis que davam tudo o que era dele para uma Igreja gringa.

CONTOS GAUCHESCOS - DUELO DE FARRAPOS

Conto 14: Duelo de Farrapos
PERSONAGENS PRINCIPAIS: Bento Gonçalves, Senhora-dona viúva, Rivera e Oribe(queriam mandar em tudo),  Coronel Onofre.

Blau era ordenança de Bento Gonçalves quando em 1842 ele fez um decreto para que houvessem deputados no Estado que combinassem novas leis e cuidassem de outras coisas. No dia da cerimônia principal para a posse dos deputados, todos estavam muito bem arrumados e até o general compareceu. Oribe e Rivera, no Estado Oriental queriam o penacho de manda-tudo, o que acarretava em muitas brigas. Certa vez chegou uma carreta de campanha, com boiada gorda e nela encontrava-se uma senhora-dona viúva.
Se era linda a beldade!... Sim, senhor, dum gaúcho de gosto alçar garupa e depois jurar que era Deus na terra!... Essa senhora trazia consigo papeis. Depois descobriu-se que, na realidade, ela tinha ido ao encontro do general como emissária, ou de Oribe ou de Rivera. Não se sabe.
Certo dia o general Bento Gonçalves chamou Blau e pediu que ele cuidasse de dois cavalos enquanto ele iria ao encontro de outro cavalheiro. Enquanto Bento ia para o meio da mata, outro homem ia em direção a ele, Blau reconheceu que se tratava do coronel Onofre. E os dois lutaram e Blau olhou tudo aquilo sem poder fazer nada, até que Bento feriu o braço de Onofre e como um sinal de “boa-ação” pegou um lenço branco e amarrou no braço do inimigo para estancar o sangue. Bento deixou Onofre caído e foi até Blau dizer que chamaria mais gente para se juntar a Onofre. 
A briga destes dois homens se deu por causa da senhora-dona.

Ela só não pôde foi mudar o preceito de honra deles: brigavam, de morte, mas como guascas de lei: leais sempre!

CONTOS GAUCHESCOS - JOGO DO OSSO

Conto 13: Jogo do Osso
PERSONAGENS PRINCIPAIS: Arranhão, Osoro, Chico Ruivo e Lalica.

Estavam jogando osso, na vendola do Arranhão, Osoro e Chico Ruivo. Chico Ruivo já tinha perdido quase tudo, cada jogada era culo certo. Depois de já ter perdido demais ele disse a Osoro:
-Jogo o teu ruano(cavalo) contra as duas tambeiras da Lalica.
-É pouco Chico!... Ainda se fosse a dona!...
Chico  aceitou e perdeu o jogo. Deveria agora entregar Lalica a Osoro.Disse para a piguancha o que havia acontecido, ela ficou muito brava e foi dançar com Osoro que não aguentou a tentação e tascou-lhe um beijo na frente de todos, inclusive de Chico Ruivo. Chico pegou o facão e ao mesmo tempo varou os dois corações doas dançarinos até  que seus corpos bateram na parede, sempre abraçados.Chico foi até o ruano do Osoro, montou-o, e para o monte de gente que gritava:
-Matou!Foi o Chico Ruivo!...Amarra!Cerca!...
Ele respondeu:

-Siga o baile!...

CONTOS GAUCHESCOS - CONTRABANDISTA

Conto 12: Contrabandista
PERSONAGENS PRINCIPAIS: Jango Jorge, Blau Nunes, Filha de Jango Jorge.

A filha do contrabandista Jango Jorge iria se casar e perto do dia do casório Blau Nunes apareceu na Fazenda da família e foi convidado para a festa,ele ficou ajudando nos preparativos como matar os leitões. Jango Jorge era um famoso contrabandista- batia nos noventa anos o corpo magro, mas sempre teso do Jango Jorge-. O pai da noive saiu uma madrugada antes do casamento para pegar o enxoval da filha. Estava na hora do casamento e nada do homem, ouviu-se dizer que a noive estava chorando e então fizeram uma algazarra até que ela apareceu na janela já abrindo um sorriso. Nisso, apareceu a comitiva de Jango carregando um corpo ainda de pala enfiado. Era o corpo de Jango que tinha sido assassinado. A guarda havia dado em cima da tropa, mataram o capitão porque ele não recuou e ainda por cima estava com a mercadoria presa ao seu corpo: crivaram-no de balar.
A mãe da noiva desamarrou o embrulho e abriu-o: vestido e sapatos brancos com as flores de laranjeira, tudo numa plastada de sangue, manchado de vermelho.
Então rompeu o choro na casa toda.

TRECHOS MARCANTES: “Vancê tome tenência e vá vendo como as cousas, por si mesmas, se explicam.”


CONTOS GAUCHESCOS - O ANJO DA VITÓRIA

Conto 11: O Anjo da Vitória
PERSONAGENS PRINCIPAIS: Blau Nunes(gurizote), Padrinho de Blau Nunes e um Chiru (Hilarião).

Blau Nunes era gurizote e estava na campanha de seu padrinho que era capitão.Blau se lembra do padrinho dizer que estavam mal acampados e que a qualquer momento o inimigo poderia atacar-lhes. Junto deles estava um índio Hilarião. Na campanha Blau estva dormindo quando ouviu-se tiros, e seu padrinho falou:
-Desmaneia e monta!
Foram o padrinho, Blau e o chiru abrindo caminho para o quartel-general de Barbacena, ninguém se entendia nesse quartel-general.Havia um tal de José de Abreu que era o mais valente e que a gauchada chamava de Anjo da Vitória.
Blau fazia tudo que seu padrinho fazia e estava sempre com ele. Os castelhanos, certa manhã,colocaram fogo nos macegais e o vento ajudou a alastrar a fumaça. O general Abreu montou seus esquadrões e um deles era chefiado pelo padrinho de Blau. De repente, quando a fumaça os rodeava e cegava começou um tiroteio que não sabia-se de onde vinha.Veio um vento e varreu a fumaça mostrando que era a própria infantaria que estava fazendo aquele estrago. Houve um silêncio de raiva e de pena... como de quem pede perdão calado.
O Anjo da Vitória estava baleado. O padrinho estava baleado ao lado do cavalo. Blau começou a chorar e chamar:
-Padrinho, Hilarião!
Blau  se sentiu sozinho, abandonado, gaudério e gaúcho, sem ninguém para lhe cuidar!...
Depois de crescido ainda ouvia o Anjo da Vitória dizer:
-Viva o Imperador! Carrega!
Vê vancê que eu era guri e já corria o mundo...


domingo, 29 de novembro de 2015

CONTOS GAUCHESCOS - MELANCIA - COCO VERDE

Conto 10: Melancia – Coco Verde
PERSONAGENS PRINCIPAIS: Índio Reduzo, Costa Lunanco, Costinha, sai Talapa(filha do Velho Severo), Ilhéu(primo de sai Talapa).

Costinha, filho de Costa Lunanco, era apaixonado por sai Talapa e o pai dela não queria o casamento dos dois por nada, ele queria que a filha se casasse com seu sobrinho que era um ilhéu dono de uma casa de negócios da Vila. Costinha teria que ir viajar para muito longe para servir nas forças e foi se despedir de sai Talapa, numa noite. Os dois combinaram que em qualquer recado ou carta , ele teria o nome de Melancia e ele de Coco Verde, e só eles saberiam. Os dois se beijaram sem que ninguém visse.
O Velho Severo deixou passar um mês da saída do rapaz e já chamou seu sobrinho para se casar com sua filha.Um chasque que passava pela cidade soube do casamento e quando estava de volta no acampamento foi direto contar para Costinha que pensou em voltar correndo para a Vila mas não pôde pois o clarim deu toque de alarma e o inimigo estava próximo. Costinha procurou Reduzo e disse-lhe para ir correndo a Vila e dar um recado à sia Talapa:

-Coco Verde manda novas à Melancia.

O índio chegou a tempo, e na hora de dar as saúdes disse:

Eu venho de lá bem longe,
Da banda do Pau Fincado:
Melancia, coco verde
Te manda muito recado!

A moça logo reconheceu que era um recado de seu amado, e o índio continuou:

Na polvadeira da estrada
O teu amor vem da guerra:...
Melancia desbotada!...
Coco verde está na terra!...

Dois dias depois Costinha chegou e pediu a mão da moça. Depois de casados, o chiru virou capataz de confiança da família.
Veja vancê que artes de namorados: Melancia...Coco-verde!...


CONTOS GAUCHESCOS - OS CABELOS DA CHINA

Conto 9: Os Cabelos da China
PERSONAGENS PRINCIPAIS: Índio Juca Picumã, Blau Nunes, Capitão da força de Blau, Capitão da força inimiga, Rosa(filha de Juca).

Blau Nunes tinha um buçalete e cabrestos feitos de cabelo de mulher. A história começa com ele contando que soube que a dona dos cabelos morreu, e ele foi no enterro e atirou as peças para a cova. Ele conta que quem o ensinou a courear égua, estaquear o couro, entre outros ofícios foi um tal Juca Picumã.
O índio era um ótimo gaúcho, fazia de tudo e ganhava muito dinheiro, no entanto, estava sempre despilchado e mal-cuidado. Certo dia Blau perguntou-lhe o que ele fazia com aquele dinheiro todo que ganhava, Juca respondeu que dava tudo à sua filha Rosa.
Passaram-se anos, Blau virara homem e encontrara com Juca quando se apresentou para servir na Guerra dos Farrapos. O Capitão disse que precisava de dois furriéis para uma ação que precisava fazer no acampamento vizinho. Juca Picumã indicou Blau, dizendo que esse era cruza de Calombo. O Capitão, Juca e Blau foram andando em direção ao território inimigo e no meio do caminho o capitão parou para explicá-los como haveria de ser o serviço:
- A china do capitão havia fugido com o comandante da outra força. O capitão queria que Blau e Juca se apresentassem ao outro capitão como desertados e, assim, conseguissem prender o homem e pegar a dançarina. A tropa também participaria do serviço, assim que eles conseguissem prender o capitão. A intenção do capitão era mesmo dar um susto neles.
Blau e Juca lá se foram para o acampamento. Falaram com o soldado Marcos e conseguiram entrar, depois falaram com o soldado João Antônio e puderam entrar dentro do acampamento com a justificativa de que iriam falar com o comandante sobre o paradeiro das tropas inimigas.
Como o capitão estava cochilando, os dois se sentaram na rua, ao lado de uma carreta toldada, na qual se encontrava a tal dançarina, mulher do capitão. De repente, ouviu-se tiros e Blau que estava encarregado de prender o capitão viu que ele já havia fugido e não poderia mais ser alcançado. A cabocla saiu da carreta e foi pega por Juca que dizia:
-Cachorra!... Laço, é o que tu mereces!...
Ao mesmo tempo apareceu o capitão que ele havia deixado e agarrou-a pelos cabelos, pegou a faca afiada e faiscou o pescoço da moça. O chiru foi mais ligeiro, pois pegou o facão e de ponta a ponta bandeou o coração do capitão.
-Isso não!... é minha filha! Disse.
O capitão suspirou e caiu.Uma mão segurava a arma e a outra segurava os cabelos da china.O chiru vendo isso pegou o mesmo facão que matou o homem e cortou os cabelos da menina, que disparou mato adentro, como uma anta...

Passaram-se três meses e Juca apareceu com um presente para Blau: um trançado que ele mesmo tinha feito Outro dia, um fulano procurou Blau dizendo que o velho chiru estava morrendo e queria muito ver Blau. Juca queria pedir o buçalete de Blau e contar que ele era feito com os cabelos de Rosa. Naquela mesma madrugada o índio foi enterrado sem ter visto o buçalete. Blau conta que enquanto esteve com o buçalete nunca foi ferido.

CONTOS GAUCHESCOS - CHASQUE DO IMPERADOR

Conto 8: Chasque(Mensageiro) do Imperador
PERSONAGENS PRINCIPAIS: Blau Nunes, Dom Pedro II(imperador), Tenente, Caxias, Nhã Tuca e Gordo Gauchão.

Quando Dom Pedro chegou no Rio Grande do Sul para a Guerra com o Paraguai quis que algum gaúcho fosse seu chasque, alguém de confiança que estivesse sempre com ele.O tenente da tropa de Blau Nunes chamou-o para ser o tal chasque. Blau então conta as coisas que passou com o Imperador. Dom Pedro II era muito carinhoso e querido pelo povo, sempre queria ajudar a todos e às vezes dava esmolas a quem não precisava, havia gostado muito do Rio Grande.Certa vez a caminho do Paraguai pararam num campestre e uma velha parou a tropa com uma trouxinha na mão perguntando quem era o Imperador. Deu a ele um pedaço de fiambre, D. Pedro quis dar-lhe uma nota e ela recusou,disse que seus filhos estavam na Guerra e que a única coisa que gostaria era de ver eles vencedores. Disse ao Caxias que seu falecido marido prometeu sempre estar com ele,pois uma vez ele o salvou de caramurus.A velha desejou boa sorte e o imperador a abraçou:
-Como é agradável esta rudeza tão franca!- disse Nhã Tuca.
Pararam em outra cidade e o Imperador foi hospedado na casa de um gordo gauchão. Na hora do almoço só havia doces, no jantar, chá e doces. No outro dia de manhã o gordo foi perguntar ao hóspede se ele tava se sentindo bem, ao mesmo tempo estava levando chá e doces. O Imperador não pôde mais aguentar e disse ao gauchão:
- Meu amigo, os doces são magníficos... mas eu agradecia-lhe muito se me arranjasse antes um feijãozinho... uma lasca de carne...
O gaúcho largou uma risada:
- Pois Vossa Majestade come carne?! Disseram-me que as pessoas reais só se tratavam a bicos de rouxinóis e de doces e pasteizinhos!...(...) Vamos já a um churrasco...


sexta-feira, 20 de novembro de 2015

CONTOS GAUCHESCOS - CORRER EGUADA

Conto 7: Correr Eguada
PERSONAGENS PRINCIPAIS: Blau Nunes e Major

Antigamente tudo era aberto, as estâncias não tinham grades e as eguadas andavam por aí sem nada que comprovasse quem era seu dono, pertenciam ao campo em que estivessem pastando. Os gaúchos utilizavam as loncas(couro) para alguma bota e depois apareceram os alemães e ingleses interessados no cabelo dos cavalos. Certo dia um Major resolveu fazer uma limpa na eguada e chamou toda a vizinhança. Conforme ia correndo a eguada, cada gaúcho ia boleando o cavalo que mais lhe agradava. Assim os cavalos ficavam marcados. Blau também conta que quando era para fazer uma limpeza na eguada, tocava-se sobre um manantial qualquer, todos caiam numa sanga e morriam afogados.Não há nada melhor que tomar mate e correr eguada.

...eu até choro!... Dizia Blau.

CONTOS GAUCHESCOS - O BOI VELHO

Conto 6: O Boi Velho
PERSONAGENS PRINCIPAIS: Bois Dourado (baio) e Cabiúna (preto), Família Silva.

A Família Silva era muito rica e sempre que queriam ir banhar-se no arroio que era perto de sua casa iam com os bois Cabiúna e Dourado puxando o carretão. Era sempre assim e os bois já estavam acostumados a estar sempre juntos. No inverno a família os soltava para que andassem pelos matos e se fazia algum dia de sol, os dois já apareciam na casa como que querendo saber se ninguém iria se banhar no arroio. Passou um tempo e Dourado amanheceu morto, Cabiúna estava sozinho, a Família Silva tinha crescido, as crianças eram homens e mulheres já com seus filhos. Cabiúna foi emagrecendo e apareceu na casa da família muito magro, as pessoas acharam melhor matá-lo, pois não acreditaram que ele resistiria ao primeiro Minuano de maio. Não poderiam perder seu couro. Um peão trouxe o laço e o facão e em um golpe só enterrou o facão no coração do boi que começou a jorrar sangue. O animal pensando que aquilo era um castigo por não ter se ajeitado rapidamente para levá-los ao arroio, todo cambaleando colocou sua cabeça no carretão e esperou que alguém fosse o ajeitar. Caiu e morreu.
... é mesmo bicho mau, o homem!


CONTOS GAUCHESCOS - DEVE UM QUEIJO

Conto 5: Deve um Queijo!...
PERSONAGENS PRINCIPAIS: Velho Lessa e Castelhano

Vários tropeiros pararam em um bar e o Castelhano fez um boato de que todos iriam comer um queijo de graça. Velho Lessa também chegou no bar para pedir seu almoço, ele era um velho que acreditava mais em trato de palavra do que em trato de papel. Ao ouvir a conversa do velho com o dono do bar o castelhano descobriu que ele era de Canguçu e disse que o velho devia um queijo para todos. O Velho Lessa pegou o queijo, cortou-o em vários pedaços e ofereceu a todos ninguém quis, apenas o castelhano. Este comeu até não poder mais, ajoelhado no chão, Lessa colocou o prato de queijo em sua frente e com um facão em sua orelha dizia “Come!”. O Castelhano depois de ter comido até os farelos saiu todo se vomitando do bar. Um homem que observava a situação comentou: “ ‘Orre maula!... quebraram-te o corrincho (orgulho)!...”

O velho indagou se almoço já estava pronto.

CONTOS GAUCHESCOS - O MATE DO JOÃO CARDOSO

Conto 4: O Mate do João Cardoso
PERSONAGENS PRINCIPAIS: João Cardoso e Crioulo

Em uma casa no meio da estrada onde muitos gaúchos passavam quando estavam em viagem, morava João Cardoso. Num tempo que não existia jornal e o principal meio de se ficar sabendo das coisas era através de uma conversa. Cada andante que pela frente da casa passava, o velho já chamava para tomar um amargo e descansar um pouquinho. Acontece que esse amargo num chegava, eram horas de conversa até que o andante dizia precisar se retirar. “ Oh Crioulo! Traz mate!” dizia o velho. O crioulo sempre tinha a mesma resposta “Sr. Não tem mais erva!” “Traz dessa mesma!”, era o que sempre dizia o João Cardoso. Conversa vai, conversa vem ele ficava sabendo de todas as novas.
Os mates do João Cardoso criaram fama, quando se queria dizer que alguma coisa era tardia, demorada, maçante dizia-se “está como o mate do João Cardoso!”.


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

CONTOS GAUCHESCOS - NO MANANTIAL

Conto 3: No Manantial
PERSONAGENS PRINCIPAIS: Maria Altina, André (namorado), Mariano (pai) e Chicão.

Mariano chega a cidade com sua filha Maria Altina, sua sogra, a irmã da sogra, uns negros e uma negra chamada Mãe Tanásia. Eles criaram as meninas nas palmas de suas mãos e quando, pela primeira vez, ela apareceu na cidade, muitos rapazes se enamoraram por ela mas o que mais lhe agradou foi André, que lhe deu uma rosa vermelha, a qual sempre estava presa em seu cabelo. Havia outro rapaz que também gostava muito de Maria Altina, era o filho de Chico Triste, o Chicão. Chicão sempre tentava agradar a moça com presentes do tipo: ovos de perdiz, pequenos filhotes de mula, veadinhos, gatos... Vendo que a moça não se agradava muito com seus presentes, ele a enviou filhotes de avestruz com as asas e patas cortadas. A moça se apavorou e ficou com medo do rapaz.
Quando a notícia do casório de Maria Altina com André espalhou-se pela cidade, Chicão se enfureceu e foi até a casa da menina. Estavam lá apenas a Mãe Tanásia, uma das velhas na cozinha fazendo beijus e Maria sentada na varanda confeccionando um timãozinho (casaquinho). De repente ouviu-se um grito vindo da cozinha, era a avó gritando “Bandido! Bandido!” e depois ouviu-se um grito final. Maria foi socorrê-la e deparou-se com Chicão que tentou repontar a rapariga (abusar dela). Ela conseguiu fugir dele e correu com o cavalo para o meio do Manantial, acabou caindo no lodaçal e morreu, só sobrou a rosa que estava em seu cabelo boiando no lodaçal, atrás dela Chicão também caiu no lodaçal e ficou preso, com lama até os suvacos.
Mãe Tanásia que viu tudo, saiu correndo para a casa do Brigadeiro Machado onde estava acontecendo um batizado e estavam presentes, Mariano e a outra velha. No caminho ela encontrou Chicão afundado na lama. Quando ficaram sabendo do ocorrido todos foram até o Manantial e Mariano quis matar Chicão. Deu um tiro no ombro dele e a mãe de Chicão implorou que Mariano não o matasse. Então Mariano pulou no lamaçal e enforcou Chicão, que afundado na lama, levou Mariano consigo que também faleceu.

Com o padre missioneiro, fizeram uma oração para os falecidos e velaram a velha morta. Blau Nunes conta que passara pelo lamaçal outras vezes e a rosa continuava lá, bonita e viva, como se estivesse sendo alimentada pelo sangue do coração de Maria Altina que continuava ali.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

CONTOS GAUCHESCOS - O NEGRO BONIFÁCIO

Conto 2: O Negro Bonifácio
PERSONAGENS PRINCIPAIS: Negro Bonifácio, Tudinha e Nadico.


Tudinha era uma moça desejada por todos os rapazes de sua cidade, quando se mudou de cidade todos os rapazes foram atrás dela, inclusive Nadico, que era seu pretendente favorito, e o Negro Bonifacio que não ia por ela, mas sim para farrear e beber. O Negro chegou à cidade montado em um zaino carregando uma chirua, para fazer ciúmes a Tudinha. Para mexer com a moça ele apostou que ganharia um jogo do osso e se ela ganhasse ele daria um saco de doces a ela. Ela ganhou e ele ‘jogou’ o saco em cima dela, Nadico ficou irado e começou uma briga.O Negro machucou Nadico, e a mãe de Tudinha chegou com um balde de água quente e jogou por cima do Negro que caiu agonizando, mas mesmo assim, matou a mãe de Tudinha. A menina pegou um facão e esfaqueou as genitais do Negro. Depois, descobriu-se que o Negro foi o primeiro a ter relações com a menina e depois a deixou.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

CONTOS GAUCHESCOS - TREZENTAS ONÇAS

A partir de hoje começa uma série de postagens de resumos de livros importantes para o Vestibular. Iniciando com o Conto trezentas Onças do livro Contos Gauchescos.

LIVRO: Contos Gauchescos
AUTOR: João Simões Lopes Neto

Conto 1: Trezentas Onças
PERSONAGENS PRINCIPAIS: Blau Nunes, Cusco, Zaino e Guaiaca

Blau Nunes viajava até uma Estância onde devia pousar e levava consigo uma guaiaca com Trezentas Onças de ouro para o pagamento de gados que ia comprar, o zaino e um cusco que apesar de ser de seus filhos estava sempre com ele. Durante a viagem notou que o cusco todo hora olhava-o e latia sobre o rastro, como querendo dizer algo, mas ele não ligou.
Vendo no meio do caminho uma reboleira de mato decidiu sestear um pouco e ao acordar, ouvindo o barulho manso da água, despiu-se e foi banhar-se.Chegando na Estância, se deu conta de que não estava mais com a guaiaca e havia perdido as Trezentas Onças de sue patrão. Lembrou durante a sesteada ter deixado suas coisas em cima de uma pedra e decidiu voltar até lá, passou por uma comitiva de tropeiros, achou que talvez eles pudessem ter visto a guaiaca mas não perguntou nada.

Chegando na pedra não encontrou nada, pensou em se matar, com a pistola no ouvido viu as Três-Marias reluzirem na água e recuou. Voltou para a Estância decidido em admitir que perdera as Trezentas Onças. Chegando lá, entrou na sala do estancieiro onde estavam quatro paisanos e ao lado da chaleira do amargo viu a sua guaiaca cheia, com Trezentas Onças.




segunda-feira, 20 de julho de 2015

sexta-feira, 10 de julho de 2015

BIOESTATÍSTICA E EPIDEMIOLOGIA - ATIVIDADE 2

BIOESTATÍSTICA E EPIDEMIOLOGIA - ATIVIDADE 2 Pergunta 1 1 em 1 pontos Constituem uma forma relativamente simples de investi...